Eleito em 2005, aos 78 anos, Bento XVI afirmou ainda que toma a decisão ciente da gravidade do ato. O cargo de Sumo Pontífice da Igreja Católica ficará vago a partir do dia 28 de fevereiro deste ano, quando um novo Papa deverá ser eleito.
Fortaleza
Para o padre Clairton Alexandrino, vigário episcopal de Fortaleza, a notícia foi uma grande surpresa. “Ninguém esperava. O Papa sempre foi um homem de grande vitalidade, mas ninguém sabe como é o dia a dia de alguém que carrega tanta responsabilidade. Ele trabalhou intensamente durante toda a vida, assumindo cargos e missões importantes desde jovem. Então, sua decisão deve ter sido bem pensada, pelo bem da Igreja”, afirmou.
O padre Gilson Soares, assessor de Comunicação da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) no Ceará e pároco da Igreja do Senhor do Bonfim, em Fortaleza, reforça o sentimento de sobressalto: “Toda a Igreja se surpreeendeu”, disse. Segundo o padre, não apenas os fiéis foram pegos de surpresa com o anúncio, mas até o alto clero.
Futuro
Para o padre Clairton, doutor em Direito Canônico, professor de teologia e filosofia, além da fadiga pela idade, o exercício do pontificado é marcado por pressões externas e tensões internas. Sobre a escolha do novo Papa, ele não acredita que Bento XVI interferirá no processo. “Isso não é como política, não tem isso de fazer sucessor. Mesmo assim, toda eleição pode surpreender. Todos imaginavam que Ratzinger seria retrógrado, mas ele foi na direção contrário e ampliou o contato, por exemplo, com os muçulmanos”.
Já o padre Gilson, revela ainda que a renuncia de Bento XVI preocupa os fieis brasileiros de forma particular, pois em julho próximo a presença do Papa estava confirmada para Jornada Mundial da Juventude, que acontecerá no Rio de Janeiro.
Segundo o assessor da CNBB, o evento e a participação do líder católico no Brasil, a princípio, estão confirmados. Mas existe uma apreensão se haverá tempo para a sucessão e o prosseguimento da agenda prevista.
Jangadeiro
